As cobras-covinha matam suas presas usando injeções de veneno. Uma vez que o veneno da cobra entra em ação, as vítimas desmaiam por causa de uma queda da pressão arterial. Este veneno costumava ser usado pelos índios na ponta de suas flechas e atualmente é a matéria-prima de um dos medicamentos mais comumente prescritos para a hipertensão – captopril.
“Este veneno abriu uma nova classe de medicamentos”. Desde o captopril, mais dois medicamentos – eptifibatide e tirofiban – foram produzidos com base nos venenos de cobras para tratar outras doenças cardíacas, como angina.
O campo como um todo se estende além das cobras letais, estudando também outros animais que produzem veneno, como sanguessugas, caracóis, escorpiões e lagartos. Já existe, por exemplo, um medicamento para dor crônica – ziconotide – baseado em uma toxina produzida pelo molusco Conus magus, o primeiro a ser desenvolvido a partir de um animal marinho.
Até hoje, a FDA já aprovou sete medicamentos derivados de veneno de animais para tratar doenças que vão desde a hipertensão e outras doenças do coração até a dor crônica e diabetes. Mais dez estão em ensaios clínicos, e outros em estágios pré-clínicos, aguardando testes de segurança.
A equipe de pesquisadores está atualmente trabalhando com o veneno da cobra-real (a preferida dos encantadores de serpentes do sul da Ásia), a partir do qual eles isolaram uma toxina em particular com forte potencial como um tratamento para a dor crônica devido aos seus efeitos analgésicos sobre o corpo. “Atualmente, um dos melhores medicamentos analgésicos disponíveis é a aspirina, mas tem efeitos colaterais. Para o uso crônico isso é um problema”, aponta o pesquisador.
Bem como analgésicos e tratamentos para outras doenças neurológicas, também estão sendo desenvolvidas novas drogas para acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares, câncer da próstata, HIV e esclerose múltipla.
"As pessoas sempre vão vai ficar doentes, então você precisa de novas curas. Cobras e outras criaturas podem lhe dar este medicamento”. Atualmente, vinte milhões de toxinas permanecem inexploradas na natureza.
Fonte: CNN
Colaboração: Luiza Drubi
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