Se voltares
Como o sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que o corta,
Hei de ter a minh'alma sempre morta,
Mas não me vingarei de coisa alguma;
Se algum dia, perdida pela bruma,
Resolveres bater à minha porta,
Em vez da humilhação que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de plumas;
Em troca dos desgostos que me destes
Mais carinhos terás do que fizestes,
E meus beijos serão multiplicados,
Para os que voltam,pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados!
Como o sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que o corta,
Hei de ter a minh'alma sempre morta,
Mas não me vingarei de coisa alguma;
Se algum dia, perdida pela bruma,
Resolveres bater à minha porta,
Em vez da humilhação que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de plumas;
Em troca dos desgostos que me destes
Mais carinhos terás do que fizestes,
E meus beijos serão multiplicados,
Para os que voltam,pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados!
rogaciano leite
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