sexta-feira, 31 de maio de 2013

MOMENTO DA POESIA

Quando... o inverno? 

O ar matinal de setembro
Em total mobilidade, me espanta
Toda paisagem  mantida estática
Pela força gigantesca do momento

A calma invisível que precede a tempestade
Que precede a mais profunda descoberta
Tão calma, tão profunda...
Tão imprevisível como o oceano

Minha alma estremece de frio
Com o temor incontido do desconhecido
Como um verão estranhamente inquieto
Como a seca exaurindo devagar a vida

Numa linha de nuvens crepusculares
O efeito da animada ilusão de energia
Extingue imagens fatigadas, repetidas
E, bruscamente, faz-se clara a visão

Vai o verão saindo de cena
Como velho e desiludido ator
Enquanto entra o outono
Coveiro, que esperava na coxia

Minha alma esvaiu-se
Nem eu sobrei de mim.

Luiza Drubi
Educadora e Poetisa

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- Kant "Quem não sabe o que busca,  não identifica o que acha." Colaboração: Itazir  de  Freitas