Ainda mais velozes
Os trens de alta velocidade da China Railway High-speed, conhecidos com CRH, evoluíram ainda mais, com um empurrãozinho do governo que mais investe em alta velocidade ferroviária. Na prática, isso representa percorrer distâncias entre cidades importantes em muito menos tempo. Uma mão na roda para países de territórios tão vastos como os da China e do Brasil. Para se ter uma ideia, o trem-bala brasileiro, que ligará as capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro - passando por Campinas (SP) - deverá fazer o trajeto de 510 quilômetros em menos de uma hora, à velocidade média de 200 Km/h.
Enquanto a China tem hoje quase vinte modelos de CRH, entre os que já estão em operação e outros na reta final de desenvolvimento, o Brasil arrasta o processo de construção de uma nova ferrovia para pôr em operação o primeiro trem de alta velocidade (TAV). O governo brasileiro adiou, mais uma vez, a contratação dos serviços das companhias interessadas em construir e operar o trem no país. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mudou a data de retomada do processo de licitação. Isso quer dizer que, se o cronograma correr dentro do previsto, o TAV começará a operar somente em 2018.
Movido a energia elétrica, o trem-bala será uma variação sofisticada dos trens comuns que já circulam no país. O que o ajuda a ser mais veloz seria principalmente o trajeto especial (mais reto, com curvas mais abertas) e o menor número de paradas. Para que o veículo atinja velocidades altas, o projeto brasileiro prevê inicialmente a construção de 26% do trajeto em viadutos ou pontes e 33% em túneis. A energia necessária para abastecer a nova rede viria principalmente de subestações elétricas espalhadas ao longo da ferrovia. Alguns projetos estimam pelo menos 11 subestações. Além delas, seria preciso uma rede de cabos de alta tensão suspensa. Ainda estão sendo estudados modelos de vários países, mas até agora tudo indica que o nosso trem será inspirado no TGV francês, padrão na Europa.
Na China, a corrida por novas tecnologias na construção de trens de alta velocidade ganhou fôlego em 2008, quando o Ministério da Ciência lançou um plano de "inovação independente". Isto é, os chineses começaram a desenvolver o conhecimento sobre trens-bala internamente, sem depender de outros países. Para colocar essa estratégia em prática, fizeram um amplo acordo de cooperação entre universidades e pesquisadores, até 2020, para que desenvolvam desde o conhecimento básico, com experimentos científicos, até os mais ousados testes, em parceria com as indústrias nacionais de transporte.
O novo modelo de CRH, que deve se tornar um dos mais rápidos do mundo, ligará várias cidades por um trajeto de mais de 10 mil quilômetros, com longas retas e túneis para reduzir ainda mais o tempo de viagem. O trem também é uma inovação em design: foi inspirado nas antigas espadas da China. Possui seis vagões e potência de 22.800 quilowatts (KW), mais do que o dobro dos 9.600 KW do seu modelo anterior.
Fonte : Abril Coleções - Enem 2012, Vol. 4 - Ciências da Natureza - FÍSICA I, pg. 14.
Texto encaminhado por
Wilson Mattos Rc Juazeiro
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