Rodrigo Vieira da Cunha - jornalista e embaixador do *TEDx na
América Latina.
Livro recebido de presente vai para o topo da lista de cabeceira.
Nunca me arrependo dessa máxima em que resolvi apostar. Não foi diferente con
The Happiness Hypothesis, de Jonathan Haidt (sem tradução em português), que
ganhei de um amigo. A obra transformou minha vida e o jeito de ver o
mundo.
Haidt é um psicólogo social, que estuda a moralidade e as emoções
ligadas à moral. Esse é o pano de fundo do livro, que trata de dez grandes
ideias. Haidt as descreve com base no conflito diário que nossa mente trava
entre duas coisas, que ele chama de "elefante" e de "condutor". A parte
consciente da mente é o condutor, que tem apenas um controle limitado do
elefante, o inconsciente. O desafio é fazer com que os dois trabalhem de forma
integrada, controlando - ou tentando controlar - nossas reações.
Haidt acredita que hoje existam três maneiras de fazer a mente
trabalhar de modo diferente, ajudando pessoas com uma "constituição infeliz" a
ver o mundo de forma mais positiva. Uma das três maneiras é a meditação. As
outras duas são terapia cognitiva e Prozac. De certo jeito, apesar de uma delas
ser remédio, para casos extremos, é reconfortante pensar que o bem-estar da
mente dependa de três coisas que podem um dia estar ao alcance de todos. Mas
talvez exista algo mais fácil.
Nos estudos que fez, Haidt ouviu falar da ocitocina, um hormônio, e
descobriu o poder de conexão dele. O livro fala de um estudo que mostra como a
ocitocina foi liberada em mães lactentes mais do que o normal somente por verem
o vídeo inspirador de um músico que recebeu ajuda do professor para largar a
vida de gangues de rua.
Até já havia falado da ocitocina, mas a boa nova é que agora a
palestra do neuroeconomista Paul Zak está no ar (http://bit.ly/tpiAvx). Em pesquisas aprofundadas, Zak
descobriu que a ocitocina se manifesta em relações de confiança. Ele fez testes
envolvendo transferências de dinheiro, casamento e até saltos de paraqueda. E
descobriu que, quanto mais confiança, mais ocitocina. Ela é liberada quando nos
sentimos bem, quando nos sentimos parte de algo maior.
Ao fim de sua palestra, lembrou que existe um jeito muito fácil de
fazer o corpo produzir ocitocinaado: por meio de abraços. Oito por dia, mais
especificamente. Ele ainda brincou que é chamado de Dr. Amor por causa disso.
Mas essa é uma brincadeira muito séria. O amor é a base da vida em sociedade, a
base da confiança. É o sentimento que nos torna possíveis como grupo social. É o
que nos faz felizes. Então, além da meditação, terapia cognitiva e Prozac, quem
sabe abraços, para nos sentirmos melhor?
* O TED é uma conferência criada na Califórnia para espalhar ideias que
valem a pena. TEDx é um programa que reúne eventos no espírito do TED organizados de forma independente.
Para mais informações sobre o programa TEDx, visite ted.com/tedx.
Texto enviado por Wilson Matos - RC Juazeiro
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