COMO COMBATER A
DEPRESSÃO
MAS EU NÃO TENHO
VONTADE... COMO AGIR PARA COMBATER A DEPRESSÃO
Por Regina
Wielenska
"Inércia gera inércia,
ação gera ação. Temos aí um efeito dominó, a ser explorado do jeito certo. A
melhor estratégia é pensar em pequenos passos, fazer tudo com paciência, de modo
gradual e perseverante."
Hoje quero apresentar um
dilema que afeta muitas pessoas quando estão clinicamente deprimidas: a falta de
vontade para agir.
Não vai à festa porque
não tem vontade. Não cuida da aparência porque está sem vontade. Não passeia
porque se sente apático, desmotivado...
Estamos muito
acostumados a pensar que apenas agimos se estamos com vontade de fazer algo. Mas
por acaso há quem tenha vontade de tomar injeção intramuscular ou de fazer
cirurgia cardíaca? A gente só aceita fazer por conta de um valor maior, que é
salvar a vida, recuperar a saúde. E ninguém se enfurna num meio de transporte
superlotado a cada manhã porque morre de vontade de ir trabalhar todo dia, em
particular quando chove, ou faz um frio ou calor inclemente. A pessoa o faz
motivada pela necessidade de prover o sustento a si ou a terceiros.
Ponto.
Na verdade, um poderoso
e paradoxal instrumento de melhora para quem está deprimido é se engajar em
atividades que, no passado, pareceram fazer sentido para a pessoa e lhe traziam
alguma forma de satisfação. A diferença, na atualidade em que impera o humor
depressivo, é que a pessoa provavelmente dirá para si própria toda sorte de
argumentos que favoreçam a inércia e a manutenção do status quo da
depressão.
A ativação
comportamental tem um efeito interessante de estimular a química cerebral de
modo oposto ao padrão depressivo. Muitas vezes, ao agirmos ativamente, acabamos
também por produzir consequências gratificantes, que mudam o rumo das coisas
para uma direção favorável a cada um de nós. De início agiremos apenas movidos
por um senso de obrigação, pelo compromisso que mantemos com alguém que nos é
particularmente importante, ou somos inspirados pela bem-sucedida luta de outra
pessoa contra a própria depressão.
O importante é manter
clareza de nossos valores maiores: defendemos lutar pela qualidade de vida,
queremos cuidar melhor de quem amamos, o importante é que cada um reflita sobre
pontos-chave em seus códigos pessoais de valores, se agarre a eles de modo a
agir de modo compatível.
Bastante provável que, a
título de exemplo, dar início a uma caminhada pareça um sacrifício hercúleo.
Então que a pessoa negocie consigo mesma caminhar devagar por ao menos dez
minutos e depois reavalie se topa andar mais cinco. De grão em grão muita
galinha enche o papo. E acaba fazendo uma caminhada leve de vinte minutos ou
mais, ao final da qual se sentirá menos desgastada do que por ocasião dos
primeiros passos. Essa pequena, mas real melhora, precisa ser lembrada no dia
seguinte, na hora de caminhar de novo.
Inércia gera inércia,
ação gera ação. Temos aí um efeito dominó, a ser explorado do jeito certo. A
melhor estratégia é pensar em pequenos passos, fazer tudo com paciência, de modo
gradual e perseverante. Não espere a vontade aparecer, e como dizia a velha
canção de Geraldo Vandré: quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vire a
mesa a seu favor. Não deixe a falta de vontade corroer sua vida, dê um chega
nesses argumentos pró-inércia, sabotadores sutis, porém capazes de fazer um
grande estrago na vida de gente muito bacana.
Agradecemos a colaboração:
Texto
encaminhado por Railda Alves - Casa da Amizade do RC de Juazeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário