sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Dia de Finados

Dia de Finados: como a celebração dos mortos, que nasceu entre os pagãos, foi incorporada pela Igreja

Cemitério Mount Hope, nos EUA, que ficou famoso na obra 'Cemitério Maldito', de Stephen King

“É um dia de celebrar as vidas de todos os fiéis falecidos”, diz pesquisador sobre o 2 de Novembro
“Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam./ Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios./ Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?/ Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente./ Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.”
Esses são os primeiros versículos do Salmo 24, oração bíblica presente na liturgia católica para o Dia de Finados (2 de novembro), quando se celebram os mortos. “Na Igreja Católica, a liturgia de Finados foi iniciada por Santo Odon de Cluny e oficializada no ano de 998”, conta o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor de Ciências da Religião da PUC-SP. Odon de Cluny (878-942) foi um abade francês, responsável por diversas reformas no sistema religioso da época.
Na data, é comum que o papa faça uma cerimônia dedicada aos mortos na cripta do Vaticano. “É um dia de celebrar as vidas de todos os fiéis falecidos. No Brasil e em Portugal o dia é reservado para visitar os túmulos”, comenta Altemeyer. “Para os católicos, é dia de penitência e recolhimento. Na casa de minha avó e de minha mãe, não se podia ligar rádio nem televisão. Era tempo de silêncio interior e exterior, dia de recitar o Salmo 24.”

Origem

Conforme contextualiza o teólogo, apesar da formalização e da oficialização ter ocorrido apenas no século 10, já havia uma data em memória aos mortos desde os tempos pré-cristãos, inclusive em culturas do chamado paganismo antigo.
“A Igreja toma a data e ‘batiza’ com significado próprio”, diz Altemeyer. “Mas celebrar os mortos é algo antropológico. Desde o Cro-Magnon (ou seja, das primeiras populações de Homo sapiens) temos ritos funerários e de expectativa do além túmulo.”

E não é à toa que, na liturgia católica, o Dia de Finados sucede o Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. O “Martirológio Romano”, o calendário oficial da Igreja, explica ambas as datas.
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Fonte:   http://acaopopular.net/jornal/dia-de-finados-como-a-celebracao-dos-mortos-que-nasceu-entre-os-pagaos-foi-incorporada-pela-igreja/

Colaboração: Eunice Costa

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- Kant "Quem não sabe o que busca,  não identifica o que acha." Colaboração: Itazir  de  Freitas