A primeira medida é a grande aposta da nova direção da FDA, agência governamental que regula alimentos e drogas nos Estados Unidos. Em 28 de julho passado, o órgão anunciou um plano de redução do índice de nicotina nos cigarros vendidos no país, após receber autorização do Congresso americano para esse tipo de intervenção. Um cigarro com menos nicotina, acredita a FDA, será menos viciante e tornará mais fácil a tarefa de parar de fumar. “A nicotina é o centro do problema, mas também é a peça mais importante para a solução”, resume Mitchell Zeller, diretor do Centro para Produtos de Tabaco da FDA, presente na conferência.
São necessárias mais pesquisas para comprovar que a tese das autoridades americanas está certa. Mas já há estudos indicando que a estratégia pode dar certo. Um deles foi conduzido por Eric C. Donny, professor de psicologia da Universidade de Pittsburgh e um dos palestrantes no evento. Publicada há dois anos na revista especializada The New England Journal of Medicine, a pesquisa de Donny mostrou que, ao receber maços de cigarro modificados, com menos nicotina, um grupo de fumantes passou a consumir menos cigarros e apresentou maior taxa de sucesso em largar o vício do que um grupo de controle.
Antes de implementar a proposta, porém, a FDA espera ouvir cientistas, governo e indústria. Uma preocupação são efeitos não previstos da medida, como o estímulo a um mercado paralelo e ilegal, especializado em cigarros com mais nicotina e, portanto, mais atraentes para os dependentes da substância. E há dúvidas sobre se se trata de uma boa ideia. Há alguns céticos, como Clive Bates, que, entre 1997 e 2003, trabalhou em campanhas para reduzir o fumo no Reino Unido: “É como acreditar que vender uísque com 1% de álcool faria as pessoas pararem de beber. Não faria. Elas apenas buscariam outra fonte de álcool.”
Fonte: www.uai.com.br
Colaboração: Eunice Costa
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