sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

SEGUE O SECO


22 de janeiro de 2018 por vinicius de santana



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Em 2017, o São Francisco enfrentou a pior crise hídrica de sua história. Seu Manoel e Dona Amarilda figuram num cenário que atinge diretamente todos os estados cortados pelo rio: Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Goiá, além do Distrito Federal. Isso, sem colocar na conta os locais que sofrem os impactos indiretamente.
Para Valmir Pedrosa, pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas, especialista em recursos hídricos, é difícil mensurar o impacto da seca do Velho Chico. Ele acredita que todos saem prejudicados, direta ou indiretamente, com a baixa produção de peixes, o impacto na agricultura, na geração de energia e no saneamento, por exemplo.
“A falta de água do rio afeta todo mundo, do pescador ao morador da cidade grande, passando por agricultores, indústria, empresas geradoras de energia. São muitos os desdobramentos que atingem uma rede gigante de setores e pessoas que se relacionam direta e indiretamente com o São Francisco”, disse Pedrosa. “Há que se pensar: de onde vem a energia, o alimento, a água que consumimos direta ou indiretamente? Um exemplo é que dia desses uma pessoa de Feira de Santana, interior da Bahia, me disse que depende da chuva no São Francisco, pois o milho que alimenta sua criação de frango é comprado de uma região que precisa dessa água para a produção. Comprar o milho em outro lugar seria inviável financeiramente e poderia colocá-la fora do mercado”.
Ao listar os pontos mais críticos, o pesquisador destacou a situação de Paracatu, em Minas Gerais, e de todo o território baiano: a barragem de Sobradinho; o rio Salitre, ambos no norte da Bahia; e da cidade de Correntina, oeste baiano, município abastecido pelo Rio Arrojado, afluente do Velho Chico. Para Pedrosa, a solução para a escassez hídrica exige preservação das nascentes, reflorestamento, reuso da água e eficiência no uso, a exemplo da adoção de métodos de irrigação como microaspersão e gotejamento, além do cadastro e controle de usuários. A foz é outro ponto frágil: “Com a salinização já tem 12 quilômetros de água do mar dentro do continente. Piaçabuçu não consegue mais capturar água do rio durante a maré alta, já que o mar avança”, explicou.
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Fonte: blogviniciusdesantana.com.br

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