TAIPA DE PILÃO, TÉCNICA MILENAR E SUSTENTÁVEL
A história da técnica construtiva da taipa de pilão existe desde a Idade Antiga, destacando-se na China, onde foi utilizada em extensos trechos da sua famosa Muralha, e na cultura islâmica, inclusive em algumas fortificações na península Ibérica, em particular na região do Algarve.
No Brasil, tudo começou assim: quando os portugueses aqui chegaram, como não encontraram materiais de construção semelhantes aos que eles tinham na Europa, tiveram que utilizar o barro. Nasciam daí os primeiros casarões coloniais do nosso país.
A técnica da taipa de pilão, para quem não conhece, é diferente da taipa comum, também conhecida como pau-a- pique. Esta consiste em edificar uma casa preenchendo-se uma espécie de trama de madeira ou de bambu com barro. Já aquela consiste em levantar paredes de barro, comprimida com golpes de pilão entre placas de madeira, denominadas taipais, onde o barro é compacto horizontalmente disposto em camadas de aproximadamente quinze centímetros de altura até atingir a densidade ideal.
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No Brasil, temos edificações de taipa de pilão com mais de 300 anos de idade. Em São Paulo, o Pátio do Colégio (foto acima), local da fundação da cidade, e também o Museu de Arte Sacra são exemplos que não me deixam mentir, sem contar as cidades de Ouro Preto e Diamantina, em Minas Gerais, o Centro Histórico do Pelourinho, em Salvador, e muitos outros espalhados pelo mundo. Vale à pena conferir de perto tamanha beleza e sustentabilidade dessas construções!
Ivana Jatobá é Engenheira Civil graduada na Universidade Católica do Salvador, especializada em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, e Mestre em Gerenciamento de Engenharia Ambiental pela University of Technology, Sydney, Austrália.
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