sábado, 18 de fevereiro de 2017

DEPENDENTES QUÍMICOS


Falta assistência para dependentes químicos na terceira idade


Ficou o vício

Aqueles foram anos muito loucos. Tempos de experimentar, contestar, virar as costas ao que era antigo e buscar nas experiências sensoriais um novo significado para a vida. A geração nascida no pós-guerra produziu alguns dos melhores legados artísticos e culturais do século 20 e abriu as portas para que as seguintes pudessem desfrutar de uma liberdade inédita. Essa é uma história conhecida. Mas há um capítulo ainda não contado. A aceitação sem precedentes de drogas ilícitas e álcool entre os chamados baby boomers também deixou como herança uma epidemia de idosos dependentes químicos, sobre os quais muito pouco se fala.
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Embora faltem estudos epidemiológicos nacionais, alguns pesquisadores têm investigado o tema, para tentar traçar o perfil dos usuários de álcool e drogas com mais de 60 anos. Um desses trabalhos, da psiquiatra e especialista em dependência química Sandra Pillon, avaliou os dados de 191 idosos atendidos de 1996 a 2009 no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de Ribeirão Preto (Caps AD), em São Paulo. A maioria era formada por homens (90,6%), tinha baixa escolaridade (78,4%) e estava aposentada (86%). As drogas com maior uso foram álcool, maconha, crack e cocaína, mas também houve registros de solvente e medicamentos tarjados em excesso. O universo do estudo correspondeu a 3,2% de todos os atendidos na unidade do CAPS avaliada, levando os pesquisadores a concluir que “o número de idosos que buscam assistência especializada é muito baixo”.
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Falta de políticas públicas

A psiquiatra Alessandra Diehel critica a falta de políticas públicas voltadas a essa demanda. “Elas ainda não conseguiram alcançar o fenômeno da dependência química da terceira idade e, apesar do crescimento do número de idosos sofrendo com os danos pelo uso de álcool, tabaco, e, principalmente pelas drogas prescritas, como analgésicos e benzodiazepínicos, essa condição permanece subestimada, subidentificada, subdiagnosticada e subtratada em nosso país. A atenção primária, que deveria ser a porta de entrada da rede de serviços de saúde, não conta com geriatras, clínicos ou outros profissionais suficientemente capacitados a identificar e atender esta demanda”, diz. 
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que “o atendimento aos pacientes com mais de 60 anos com necessidades decorrente do uso de álcool e outras drogas devem ocorrer no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, que conta atualmente com 2.457 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o país. No Distrito Federal são 14 unidades”.
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Fonte:correiopbraziliense.com.br

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- Kant "Quem não sabe o que busca,  não identifica o que acha." Colaboração: Itazir  de  Freitas