Universidades devem perder mais de 30% da receita com mudanças no FIES
MEC mudou regras para o repasse de verbas para universidades e estipulou nota mínima no Enem para interessados no Fies
São Paulo - A portaria do Ministério da Educação (MEC) que regulamenta novas regras para o repasse e as recompras do governo federal para universidades que adotam o FIES causará uma queda de cerca de 33% nas receitas das instituições de ensino. A nova exigência de uma nota igual ou maior que 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para alunos que queiram aderir ao financiamento deve intensificar essa queda.
Em 2012, 26% dos candidatos ao Enem não atingiram esse desempenho. O percentual é maior em regiões como Norte e Nordeste. Segundo dados da consultoria educacional Hoper, algumas universidades podem perder quase 30% de novas matrículas do programa por conta disso.
"Os dois próximos anos serão difíceis para o setor de educação superior privada, com redução de alunos", afirma Romário Davel, consultor da Hoper.
No início do ano, os grandes grupos estavam esperançosos de que as negociações com o governo refletissem em uma flexibilização das novas regras mas, até agora, nada mudou. Uma nova portaria publicada na última semana reforça as novas regras para este ano.
"As mudanças eram necessárias porque desde 2010, quando houve a expansão do FIES, há muitos contratos de financiamento em utilização e poucos em amortização. Mais gente com dívidas do que pagando, então o dinheiro não estava voltando para o fundo", afirma o consultor Pedro Mena.
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Instituições buscam saídas para evitar falência
Segundo os consultores da Hoper, se não houver modificações nas regras do programa, é possível que instituições de ensino muito expostas ao programa não resistam às dificuldades econômicas. "Mesmo os grandes grupos, que têm margem e colchão para sobreviver, enfrentarão dificuldades e podem quebrar se não houver mudanças nos dois próximos anos", diz Davel.
A portaria do ministério não deixa claro se as mudanças valerão somente para 2015 e como serão as regras em 2016. "As grandes instituições que têm ensino a distância [EAD] podem investir na modalidade. Como não há FIES para esses cursos, é um contigente real, livre desses problemas", afirma o consultor.
Fonte:odia.com.br
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