Leonardo Boff diz que o Papa Francisco é mais que um nome, é um projeto de igreja
Na sua avaliação, qual o maior legado, hoje, da Teologia da Libertação?
O maior legado da Teologia da Libertação foi o de ter dado centralidade ao pobre. Este tem muitos rostos: são os operários explorados, são as mulheres submetidas aos homens ainda sob o patriarcalismo, são os afrodescendentes discriminados e os indígenas desprezados e a própria Mãe Terra, o grande pobre, cuja vitalidade está sendo agredida. Por isso o eixo principal da Teologia da Libertação é a opção pelos pobres contra a pobreza e a favor da justiça social e da libertação concreta e histórica dos oprimidos.
Qual a sua avaliação do papado do argentino Francisco?
Minha avaliação é a melhor possível. Francisco é mais que um nome. É um projeto de Igreja pobre que vai aonde os pobres estão e se entende não como um castelo cheio de muralhas mas como um hospital de campanha que procura atender a todos. É também um nome de um outro projeto de mundo, onde não haja a voracidade capitalista, a adoração pelo dinheiro e o consumismo desenfreado. Prega o diálogo, a convivência dos diferentes e a renúncia a todo tipo de violência. Ele talvez seja a maior liderança mundial, seja religiosa seja política, num mundo sem líderes e de governantes medíocres, formados nas escolas de administração, treinados a administrar capitais e não a cuidar das pessoas.
Colaboração: Carmen Costa
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