sexta-feira, 26 de agosto de 2016

PRECONCEITOS

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“Brasil é racista, machista e homofóbico", declara Joanna Maranhão

"Nem todo mundo entende a dificuldade que é (estar aqui nas Olimpíadas). Mas desejar que minha mãe morra, que eu me afogue, que eu seja estuprada, que a história da minha infância seja algo que eu inventei para estar na mídia, já ultrapassa. Eu falo sobre coisas que a maioria dos atletas não fala, eu aguento porrada, mas tudo tem limite. Quando tem desrespeito por eu ser mulher ou ser do Nordeste, aí eu vou tomar as medidas jurídicas", declarou a nadadora Joanna Maranhão, nesta terça-feira (09), sobre os ataques machistas e preconceituosos que tem recebido em suas redes sociais desde sua eliminação da fase classificatória dos 200 metros borboleta nos Jogos Olímpicos da Rio-2016.
Joanna já foi alvo de críticas por se posicionar políticamente contra Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro, além de ser contra a redução da maioridade penal. Nesta segunda-feira (08), a nadadora comentou em seu Facebook sobre a ignorância dos indíviduos que protagonizam os ataques e discursos de ódio na internet e utilizou a vitória da judoca Rafaela Silva, primeira medalha de ouro do Brasil, como exemplo.
"Esses perfis que nos atacam não sabem o sufoco que passa o atleta brasileiro. A Rafaela Silva, há quatro anos, não tinha nada, mas com a ajuda dos programas assistenciais, conseguiu essa medalha”, comentou.
Joanna se deparou com mensagens que desejavam sua morte ou que fosse estuprada, o que ela definiu como "passar dos limites". Em 2008, chegou a público a informação de que a atleta sofreu abusos sexuais quando criança. Hoje, a nadadora é fundadora da ONG Infância Livre, organização de combate à pedofilia.
A reportagem tentou contato com a atleta mas até o momento da publicação não obteve retorno.
Confira os principais trechos da fala da nadadora:
"O Brasil é um País muito racista, preconceituoso, homofóbico, voltado ao futebol, e os ataques que são feitos lá (nas redes), as pessoas pensam que não afetam. Eu sempre me posicionei politicamente, porque sinto que todo ser humano tem um papel a fazer, mas eu quero um País para todo mundo. Não quero que a Tais Araújo seja chamada de ‘macaca’, que a Rafaela Silva seja chamada de ‘decepção’, amarelona'”.
“Felipe Kitadai, Charels Chibana, Sarah Menezes não entraram para perder. É muito difícil as pessoas entenderem isso. Mas passar para a linha do desrespeito é difícil. Treinei muito para ser a melhor nadadora do Brasil e não sucumbir à minha depressão, e de repente as pessoas me questionando, questionando minha história”.
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Colaboração: Carmen Costa

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