quinta-feira, 28 de abril de 2016

DIA NACIONAL DA CAATINGA

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O Decreto Federal de 20 de agosto de 2003, publicado no Diário Oficial da União, seção 1, edição 161, página 5, de 21 de agosto de 2003 institui o Dia Nacional da Caatinga, a ser comemorado no dia 28 de abril de cada ano. A data homenageia o professor João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989), pioneiro na área de estudos ambientais no Brasil. O Dia Nacional da Caatinga foi celebrado oficialmente pela primeira vez no Seminário “A Sustentabilidade do Bioma Caatinga“, ocorrido nos dias 28 e 29 de abril de 2004 em Juazeiro, na Bahia.
Caatinga é um termo de origem Tupi-Guarani e significa floresta branca. O termo resulta da combinação dos elementos ca-a (floresta), tî (branco) e o sufixo ngá, (que lembra). A razão para esta denominação reside na aparência que a floresta revela durante a estação seca, quando a quase totalidade das plantas estão sem folhas e os troncos brancos e brilhosos, extraordinárias estratégias para diminuir as perdas de água nesta estação. Outra estratégia destacável são as folhas modificadas na forma de espinhos. Com esse conjunto mínimo de adaptações à deficiência hídrica, a Caatinga se mostra como uma vegetação xerófila, espinhosa e caducifólia, de certo, seus aspectos mais nítidos. Carl von Martius (1794-1868) renomado botânico alemão que esteve no Brasil no século XIX, referiu-se a caatinga como silva horrida (floresta feia). Verdadeiramente, parece não existir beleza e alegria em algo seco e branco, no entanto, quando as primeiras chuvas caem sobre a caatinga uma extraordinária explosão de cor e vida emerge, numa mudança repentina de paisagem das mais espetaculares do mundo.
Essa cobertura vegetal exclusivamente brasileira é singular, ou seja, não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil. Ocupa uma área de aproximadamente 900 mil quilômetros quadrados englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Durante muito tempo a Caatinga foi descrita como ecossistema pobre em espécies e endemismo. No entanto, estudos recentes apontam o contrário. A flora já levantada registra aproximadamente mil espécies, das quais um terço são espécies endêmicas (exclusivas). Estima-se que o total de espécies vegetais alcance 2 mil a 3 mil. Ademais, mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios superam mil espécies com um nível de endemismo bastante variado. É desse patrimônio biológico que o sertanejo obtém madeira, carvão, carnes, frutas, plantas medicinais, fibras, mel e forragem para os rebanhos.
Infelizmente, o mau uso e ocupação da terra pelo Homem têm, há tempos, levado um estresse ambiental à caatinga sem precedentes na história. As razões para esse desmantelamento da caatinga tem sido o uso da mata nativa para lenha e carvão e o avanço de polos agropecuários. Para dar uma ideia da velocidade da destruição, entre 2002 e 2008, a caatinga foi removida o equivalente a 1.657.600 campos de futebol, conforme o estudo.

(ARNÓBIO CAVALCANTE é pesquisador-adjunto, ecólogo do Ministério da Ciência e Tecnologia em exercício no Instituto Nacional do Semiárido)
 
Colaboração: Luiza Drubi


 


Um comentário:

  1. Até que enfim a caatinga esta sendo valorizada. Antes era só discriminação.
    Viva! O nosso bioma caatinga.

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- Kant "Quem não sabe o que busca,  não identifica o que acha." Colaboração: Itazir  de  Freitas