Política de reajuste no salário mínimo deve ampliar custo e desemprego, diz FGV
A política de reajuste do salário mínimo pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é apontada em estudo pelo economista Tiago Cabral Barreira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), como forte fator de pressão para o desemprego no país, que deve se aproximar de 12% em 2016.
A expectativa do especialista em mercado de trabalho é que o ritmo de aumento do mínimo desacelere este ano na comparação com 2015, quando foi de 11,6%. Porém, a alta, ainda deve ser suficientemente significativa para elevar os custos das empresas e continuar provocando efeitos nocivos ao mercado de trabalho. Neste ambiente, as companhias se verão obrigadas a deixar de contratar ou até mesmo aumentar as demissões.
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Com uma inflação estimada em 7,50% em 2016, mas que pode ser revisada para cima, a expectativa do Ibre/FGV é que, por ora, o reajuste do salário mínimo em 2017 fique na faixa de 7%. Para 2016, o Ibre prevê desemprego em 11,7%. No momento atual, como constata o economista, o emprego vem sofrendo estragos mais representativos em relação à crise de 2002 e 2003, exemplifica.
No início de 2003, Barreira relembra que a renda média real por ano do pessoal admitido caiu aproximadamente 15%, enquanto as admissões tiveram queda de 7%. Já no ano passado, a renda teve recuo de 1% e as contratações cederam 18%. "Isso é uma evidência importante de pressões de custos salariais no mercado de trabalho, obrigando as empresas a fazer o ajuste empregando menos”, disse o especialista da fundação.
Fonte: correio da Bahia
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