Nas profundezas da Amazônia, vive a tribo mais ameaçada do mundo: Awá, hoje com apenas 400 indivíduos, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os Awá estão espalhados por quatro terras indígenas: Alto Turiaçu, Awá, Caru e Araribóia. A mais devastada, a Awá, perdeu mais de 35% do território de 2010 a 2013.
A tribo vem sofrendo pressão desde que os colonizadores europeus chegaram ao Brasil, e pecuaristas passaram a roubar a terra que eles precisavam para sobreviver. Agora, enfrentam a presença de madeireiros que invadem seu território, assassinam seus membros e derrubam as árvores que ajudam no seu sustento.
Longe do mundo moderno, o povo Awá não entende muitos conceitos da sociedade de hoje, como o uso de roupas.
Família é muito importante para eles, e esta não se limita a seres humanos. Os representantes restantes da tribo ainda vivem em completa harmonia com a selva. A maioria das famílias adota vários animais silvestres de estimação, e as mulheres podem amamentá-los até que eles estejam totalmente crescidos.
Esses animais, em contrapartida, muitas vezes ajudam os índios com as tarefas diárias, tais como quebrar nozes, coletar frutos de árvores altas e mesmo vigiá-los enquanto eles dormem. Logo, são considerados parte da tribo.
Criam criam porcos selvagens, esquilos, periquitos e cutias, mas os seus animais preferidos são os macacos. Os primatas são uma importante fonte de alimento para o grupo, mas, uma vez que um bebê foi amamentado por uma família, nunca será comido. Mesmo se retornar para a floresta, será sempre reconhecido como “hanima”, ou parte da família.
Das dezenas de milhares de nativos que viviam em assentamentos por todo o Maranhão quando os colonos portugueses chegaram há 500 anos, apenas 400 permanecem até hoje. Cerca de 60 nunca tiveram qualquer contato com o mundo exterior.
Quase todos foram dizimados por doenças, incluindo varíola, sarampo e gripe, “importadas” pelos colonos. Os índios que sobreviveram foram escravizados e colocados para trabalhar nas plantações de borracha e de cana-de-açúcar.
Os Awá foram então forçados a adotar um estilo de vida nômade para escapar do genocídio. Ao longo de 200 anos, tornaram-se hábeis caçadores e aprenderam a construir abrigos em poucas horas, apenas para abandoná-los dias depois. Com esse novo estilo de vida, eles perderam o conhecimento de agricultura ou até mesmo como acender uma fogueira.
Em 1982, o Banco Mundial e a União Europeia deram ao Brasil um empréstimo milionário para proteger as terras de seus povos indígenas, mas madeireiros ilegais continuaram a ameaçar gravemente a sua existência por mais 30 anos – e, infelizmente, ainda o fazem até hoje.
Fonte: DailyMail/ G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário