Qual o papel da educação, diante da crise hídrica? Qual a relação
entre a água e a segurança alimentar? Por que a população do Semiárido
encontra-se mais instrumentalizada e preparada para enfrentar e
conviver com a escassez?
O mundo vive hoje um momento delicado e de grande aprendizado – a água
é um bem finito, no entanto, nós seres humanos não nos apropriamos
dessa informação na prática.
A educação como responsável direta na formação de seres humanos,
encontra-se paralisada frente à urgência na mudança de hábitos e
práticas sustentáveis.
Existe uma relação nem sempre visível entre a disponibilidade de água
e a produção de alimentos. Tudo o que consumimos demanda a utilização
de uma grande quantidade de água em seu processo produtivo, a chamada
água virtual, ou seja, aquela que você consome indiretamente e não
percebe. Por exemplo: na produção de uma folha de papel A4, são
necessários 10 litros de água. Diante disso, é óbvio que existe uma
grande questão envolvendo várias partes do Brasil e do mundo referente
à escassez hídrica e à segurança alimentar.
O povo do semiárido, sempre conviveu com longos períodos de estiagem e
com isso, anteciparam a crise, no quesito – CONVIVÊNCIA. A seca é um
fenômeno natural e não se combate, aprende-se a estocar, economizar,
aprende-se a conviver.
"O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é uma das ações do Programa
de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido da
ASA. Ele vem desencadeando um movimento de articulação e de
convivência sustentável com o ecossistema do Semiárido, através do
fortalecimento da sociedade civil, da mobilização, envolvimento e
capacitação das famílias, com uma proposta de educação processual.
O objetivo do P1MC é beneficiar cerca de cinco milhões de pessoas em
toda região semiárida com água potável para beber e cozinhar, através
das cisternas de placas. Juntas, elas formam uma infraestrutura
descentralizada de abastecimento com capacidade para 16 bilhões de
litros de água.
O programa é destinado às famílias com renda até meio salário mínimo
por membro da família, incluídas no Cadastro Único do governo federal
e que contenham o Número de Identificação Social (NIS). Além disso, é
preciso residir permanentemente na área rural e não ter acesso ao
sistema público de abastecimento de água.
Desde que surgiu, em 2003, até os dias de hoje, o P1MC construiu
499.387 mil cisternas, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas. Para
que esses resultados pudessem ser alcançados, a ASA conta com a
parceria de pessoas físicas, empresas privadas, agências de cooperação
e do governo federal".
O mundo “grita” por seres humanos responsáveis e comprometidos com a
coletividade. A sua atitude reflete em “VOCÊ” e no planeta.
UBUNTU – “Eu existo porque você existe”
Carmen Angélica Costa
Educadora. Monitora Pedagógica do Projeto
Cisternas nas Escolas
Parcerias
MDS-Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ASA- Articulação no Semiárido Brasileiro
ASS – Articulação Sindical Rural da Região do Lago de Sobradinho
Isso é muito sério e as pessoas não estão encarando o problema com a seriedade e urgência da questão.
ResponderExcluirExcelente exposição Carmem. Parabéns!