A cada seis meses, uma Santa Casa fecha as portas
As Santas Casas de Misericórdia de todo o país enfrentam uma crise que coloca em alerta o setor de saúde
No Brasil, a crise já resulta em um déficit de R$ 17 bilhões e, em média, uma entidade filantrópica é fechada por semana. Na Bahia, a dívida se aproxima de R$ 1 bilhão, e uma unidade fecha a cada seis meses. Para debater a situação do segmento, foi realizado ontem (30) o seminário “A Relação do Poder Público com as Entidades Filantrópicas de Saúde na Bahia”.
Promovido pela Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA), o seminário aconteceu no Bahia Othon Palace Hotel, das 8 às 17h30, e contou com representantes de entidades filantrópicas, além de representantes da Secretaria de Saúde do Governo do Estado e da Secretaria Municipal de Saúde. O evento teve como finalidade estreitar o relacionamento entre o setor filantrópico e o Poder Público em geral.
De acordo com o presidente da FESFBA, Maurício Dias, a crise do setor vem de um modelo de financiamento equivocado, principalmente por causa do subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
“Estamos inaugurando uma nova relação com as filantrópicas, onde enfrentaremos junto o subfinanciamento, mas simultaneamente, cobraremos todas as metas acordadas contratualmente, de modo que a assistência aos pacientes seja ampliada”, afirmou o secretário.
Para o presidente da FESFBA, Maurício Dias, esse já é um grande passo. “Ainda está sendo feito enquanto estudo. Nós precisamos que isso ande. Mas é como se fosse uma luz do fim do túnel. O secretário compromete-se a oferecer, além do custeio existente, recursos do próprio Estado para complementar o déficit, de modo que tire essa relação de prejuízos”, concluiu.
O setor filantrópico baiano atende aproximadamente de 15 mil pessoas por dia. Só nas obras sociais de Irmã Dulce, quase três mil pessoas são atendidas diariamente. Além de gerar 42 mil empregos diretos e 160 mil indiretos, o segmento é responsável por 94% das cirurgias oncológicas, 75,8% das cirurgias oftalmológicas e de 45% dos transplantes de órgãos e tecidos. Em cerca de 30% dos municípios da Bahia que possuem entidades filantrópicas se constituem na única alternativa de assistência hospitalar para a população atendida pelo SUS.
Fonte: ig.com.br
Colaboração: Eunice Costa
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