quarta-feira, 1 de outubro de 2014

MOMENTO DA POESIA

Desconectei-me

Perdi o contato comigo. Desconectei-me.
Esqueci que faço parte da natureza
e de seus ciclos perfeitos.
Esqueci de olhar para as árvores
e sentir sua paz;
Brincar com uma criança
entrando em suas fantasias;
Lavar as mãos numa fonte
de água pura e fria;       
Admirar os patos na lagoa;
Jogar pedrinhas e ver os círculos
pouco a pouco desfazerem-se...     
Olhar para um bichinho de estimação
e sentir seu olhar de alegria;
Ouvir a cantiga da cachoeira
ou o marulhar das ondas;
A beleza do relâmpago
e a majestade dos trovões.
Já não percebo a energia dos ventos
ou a força oculta nas areias do deserto.
A pureza dos cristais, a fauna, a flora,
os sons, as imagens, cheiros e sabores.
Esqueci de aprender com a natureza
as lições de cada dia.
Seguir o exemplo da borboleta:
Sair do chão das ilusões
metamorfoseando-me rumo às alturas.
Esqueci que apenas sou um aprendiz.
Desconectei-me. Não apenas de mim,
do mundo.         

  
Luiza Drubi
Educadora e Poetisa

2 comentários:

  1. Linda, linda, linda mas triste. Nunca devemos desistir: Viver é lutar sempre e com coragem.
    As vezes é preciso desconetar-se mas por pouco tempo, só pra respirar. Mas temos que voltar a luta.

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  2. Não se desconecte minha poeta. Você é a alma poética desse blog.
    E se revolver apaixonar-se novamente, lembre-se de mim. Sou o primeiro da fila, ok?

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- Kant "Quem não sabe o que busca,  não identifica o que acha." Colaboração: Itazir  de  Freitas