Fumar e beber são hábitos que muitas vezes se complementam. Os fumantes são mais propensos do que os não-fumantes a tomar bebidas alcoólicas e quem fuma em excesso também está mais propenso a beber mais. Embora o aumento dos impostos sobre o consumo de cigarros e as leis que proíbem o fumo em determinados espaços contribuam para reduzir a prevalência do tabagismo, é menos claro se tais políticas também são capazes de reduzir o consumo de álcool.
Um novo estudo descobriu que os aumentos nos preços dos cigarros e restrições de fumar em certos ambientes podem levar a reduções no consumo per capita de cerveja e outras bebidas alcoólicas, exceto o vinho. Os resultados foram publicados na revista "Alcoholism: Clinical & Experimental Research"
"Muitas vezes quando os fumantes estão tomando bebidas alcoólicas, eles sentem uma certa ânsia de fumar um cigarro", explica Melissa J. Krauss, autora do estudo e analista de dados estatístico da Escola de Medicina da Universidade de Washington. "E ainda tem algumas pessoas que tendem a fumar apenas quando bebem."
"O tabaco pode aumentar os efeitos do álcool e os fumantes costumam consumir bebidas alcoólicas com mais frequência do que quem não fuma", acrescentou Kelly Young-Wolff, um cientista da divisão de pesquisa da Kaiser Permanente.
"Descobrimos que entre 1980 e 2009, os aumentos nos preços dos cigarros nos Estados e as restrições ao fumo em locais fechados levou à diminuição do consumo de álcool per capita", afirma Krauss.
"Isto foi constatado com a cerveja e outras bebidas, mas não com o vinho. Nossos resultados sugerem que um aumento de 20% no preço do cigarro levou a uma redução de 2% no consumo per capita de cerveja. Ao adotar a proibição de fumar em bares, restaurantes e locais de trabalho, em comparação a quaisquer restrições, o consumo de cerveja foi reduzido em 4% e consumo de bebidas destiladas em 11%", diz.
Krauss não se surpreendeu ao encontrar um impacto muito maior sobre a cerveja e outros drinks, em vez de vinho. "As pessoas que preferem cerveja ou licor são mais propensos a ser fumantes do que as pessoas que preferem vinho", afirmou. "Na verdade, as pessoas que preferem vinho são mais propensos a ter outros hábitos de vida mais saudáveis", afirma.
"Os resultados deste estudo destacam a importância da pesquisa com objetivo de avaliar as interações entre o tabaco e o álcool", afirma Young-Wolff. "Isso pode abrir caminho para uma linha de pesquisas futuras capaz de identificar os benefícios acumulados devido ao aumento dos impostos".
Fonte: uol.com.br
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