Música Oficial da Copa
Eu não sei sinceramente quem será o campeão da Copa do Mundo do Brasil, mas hoje, pelo menos, já é possível dizer quem é o principal derrotado: a música.
Num país que seguramente tem a música popular mais diversificada e rica do mundo, a apresentar uma exuberância de grandes artistas em estilos tão diversos, que vão do samba à música sertaneja (aquela “de raiz”, não esta farsa “universitária”), da bossa nova ao forró, do carimbó ao vanerão, é incompreensível que uma música tão ruim quanto “We Are One” tenha sido escolhida para tema sonoro oficial da Copa do Mundo no Brasil pela FIFA. Ou será que não?
Qualquer um que ouça “We Are One (Olé Olá)” notará que a composição não tem letra. Ninguém consegue entender o que nenhum dos três péssimos cantores tenta inutilmente dizer (nem Cláudia Leitte na sua constrangedora intervenção em português). Tudo se resume a um amontoado de frases de botequim, escritas num inglês primário, como “ponte” para em seguida emendar o “olê, ola” — que é repetido mais que “aleluia, irmão!” em culto evangélico. Às vezes chego a pensar que até mesmo os letristas semianalfabetos do sertanejo universitário, especializados na criação de versos em monossílabos, escreveriam algo melhor. Mas quem se importa, não é mesmo?
No final das contas, talvez a razão esteja com Cláudia Leitte, quando canta no trecho em português de “We Are One”: “Não importa o resultado, vamos extravasar!”
Até quando vamos deixar tudo "pra lá"?
Trechos do texto do colunista Rafael Teodoro (Revista Bula)
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