segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MOMENTO DA POESIA


 Só poeta, nada mais

Queria saber-me único, poeta
Nada completo ou grande demais
Algo como os grafiteiros de Wall Street
Admirados por alguns dias
Atirados depois ao lixo da memória, sem remorso.

Ser capaz de escrever, ato contínuo,
pela vida e pela posteridade
Refinado criador de realidades novas
Improváveis... irresistíveis... loucas
Fundadas na própria imaginação

Mas faço parte da geração atômica
Inventando produtos que arrebentam
os estômagos e os corações de nações inteiras
Estouram as finanças com ideias loucas
em banquetes e longas orgias

Até que voltem os bárbaros e o ferro e o fogo
Criação e destruição no mesmo ato
e se instale novo ciclo de capitalismo insano.
Que verdades mais belas e aterradora
Ouviste no coração do mundo, poeta?

Queria sentir-me único, poeta
Nada de valor, apenas poeta
olhando para o infinito das paixões
onde o céu e a terra dormem juntos
Mas isso também não é arte?

Luiza Drubi
Educadora e Poetisa

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- Kant "Quem não sabe o que busca,  não identifica o que acha." Colaboração: Itazir  de  Freitas