Pesquisa Sobre Câncer de Ovário
A proposta do novo estudo, feito pelo MD Anderson Cancer Center (EUA), é usar dados de exames de sangue simples, aplicados a um algoritmo, para classificar mulheres em faixas de risco baixo, intermediário ou alto. Dependendo dessa classificação, as pacientes, mesmo sem sintomas, seriam encaminhadas à ultrassonografia transvaginal e, se necessário, à cirurgia.
A pesquisa foi feita com 4.051 mulheres que já tinham feito a menopausa, quando o câncer é mais comum. Em 11 anos de acompanhamento, foram descobertos quatro casos da doença, um no estágio mais inicial.
"Já é um avanço em relação ao que temos hoje", diz o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein. "É um câncer raro, com sintomas que podem ser relacionados a outras doenças. Esse método é barato e pode evitar a realização de ultrassonografias desnecessárias."
MARCADOR
A estratégia do estudo é baseada em um cálculo que considera a variação do nível da proteína CA125 no sangue. A substância, que aumenta na presença de tumores malignos, é um marcador já usado no diagnóstico de câncer, mas de forma isolada, o que tem se mostrado pouco efetivo.
"O nível de CA125 pode subir por outras doenças que não câncer, como endometriose, e pode continuar normal em tumores em estágio inicial", diz Glauco Baiocchi Neto, cirurgião oncologista do A.C.Camargo Cancer Center. Ao considerar a variação da proteína a partir de duas medições, o rastreamento ficou mais preciso. "Estudos já relataram que a variação da substância, mesmo dentro da normalidade, pode indicar risco aumentado do câncer."
Para Kaliks, a pesquisa não traz novidade: é uma validação de um modelo já proposto em outros trabalhos e não justifica uma mudança na forma de rastrear a doença.
"De qualquer forma é interessante. Acho que já vale a pena o ginecologista pensar em comparar o CA125 ano a ano, colocando nesse modelo que o estudo usou", diz.
Fonte: Uol.com.br
Colaboração: Eunice Costa
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