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Projeto Salitre no contexto do Desenvolvimento Sustentável

Costuma-se fazer referências a esse tal de desenvolvimento sustentável nas mais diversas situações cotidianas, como aulas, palestras, debates ambientalistas, e até mesmo nas mesas de bares... . Os processos que relacionam população, meio ambiente e desenvolvimento encontram-se, com prioridade, na pauta das discussões e atitudes da sociedade e dos governos de todo o mundo. Com efeito, as rápidas mudanças tecnológicas que caracterizam a nossa contemporaneidade vêm sendo acompanhadas por uma escalada sem precedentes da competição entre países e agentes econômicos globais e pela redefinição do papel do Estado, de sorte que, em conjunto, tais transformações têm comprometido os resultados sociais do desenvolvimento.

Assim, faz sentido a crescente preocupação com uma lógica diversa de desenvolvimento – sintetizada na noção de desenvolvimento sustentável – abordado de maneira multidimensional, incluindo os âmbitos econômico, sociocultural, político e ambiental, e enfática no atendimento das demandas sociais e na consequente redução das desigualdades. Por outro lado lado, é frequente ouvir definições clássicas que consideram ser imprescindível o atendimento das necessidades das populações atuais, sem comprometimento, no entanto, da capacidade de que disporão as gerações futuras, para atenderem às suas exigências.

Considerando-se as mais variadas definições de desenvolvimento sustentável e, mais do que as definições, a realidade que temos vivenciado através da formação de “bolsões de miséria” em volta de grandes projetos tidos como redentores regionais, mas que geralmente não atingem os resultados esperados pela falta da percepção de um todo, é que se faz necessária uma visão ampliada desse grande investimento do Governo Federal – o Projeto Salitre – uma obra, a preço de janeiro/2003, na ordem dos R$363 milhões, com os seguintes indicadores de viabilidade: empregos diretos – 30 mil; empregos indiretos – 60 mil; população beneficiada – 180 mil; volume de produção – 630 mil ton./ano.

Portanto, é essa visão ampliada que mostrará o impacto que o empreendimento provocará no município de Juazeiro, sendo mais específico, pela magnitude da sua área total de 67.000 ha. abrangendo áreas dos distritos de Salitre, Carnaíba do Sertão, Juremal e Massaroca, quando implantadas as cinco etapas previstas no projeto executivo. Mas este impacto só será positivo se forem desenvolvidos mecanismos para atingir a percepção do todo, já mencionada. Daí a importância da elaboração de um Plano Diretor para a região do Projeto Salitre.

O Plano Diretor proporcionará uma orientação técnica capaz de ordenar o desenvolvimento que o projeto trará para sua área de abrangência. O mesmo deve traçar diretrizes para o desenvolvimento urbano rural, uso e ocupação do solo, infra estrutura econômica e social e diretrizes para o sistema viário e de transportes de todos os distritos envolvidos e demais comunidades em volta do projeto.

É certo que o município de Juazeiro e região serão beneficiados pelo Projeto Salitre principalmente no setor econômico, entretanto terão que se preparar para receber o contingente de pessoas atraídas pelo desenvolvimento, para não enfrentarem, futuramente, sérios problemas sociais e, assim, o desenvolvimento ser classificado como sustentável.

Agradecimentos ao companheiro pela sua colaboração:Wilson Matos

Engº. Agrônomo
RC Juazeiro