Qualquer diferença é fruto de mero desconhecimento da história e da incapacidade técnica
Conteudo encaminhado pelo companheiro
Wilson Mattos
Eng. Agrônomo
No idos dos anos 60, na primeira gestão
do então prefeito Américo Tanuri, foi construída, na Praça Aprígio Duarte
Filho, a fonte luminosa, daí o logradouro ficando mais conhecido como Praça do
Jacaré. A obra foi uma criação do expert
e autodidata em eletrônica, Wilson
Montalvão Mattos (meu genitor), o qual gozava da estreita amizade com a família
Tanuri, tendo sido sócio comercial daquele prefeito, na empresa denominada Tanuri & Mattos, com o nome
fantasia de “A ELETRÔNICA”, a qual era sediada onde hoje fica a Galeria
Salitre.
Contava meu pai que a tecnologia
da fonte, combinando água, luz e som foi replicado de uma outra que existia na
cidade paulista de Santos e que o mesmo havia deslocado-se àquela cidade para
conhecer de perto a obra e o seu funcionamento, bem como foi à São Paulo,
capital, para realizar a aquisição de todo o material elétrico e hidráulico e,
também, os azulejos nas cores preta e amarela. O jacaré, os sapos, tartarugas e
cogumelos foram confeccionados no quintal da nossa casa, na rua Professor Luiz
Cursino (a rua do antigo quartel, atrás da Catedral).
A concepção da obra é temática e
exorta a natureza, retratando um ecossistema, e concilia a magia da água, luz e
música a um projeto arquitetônico que, sob a influência das barrancas do São
Francisco, desenha a figura da carranca. E, nessa simbiose, propiciava aos
nossos olhos e corações um espetáculo visual e auditivo.
Ao longo do tempo os componentes
eletromecânicos e estruturais sofreram os desgastes naturais que o
funcionamento contínuo impõe a qualquer peça que lhe falte a devida manutenção e
cuidados necessários à sua preservação. Recordo-me que no Governo do prefeito
Jorge Khoury, a Praça foi revitalizada, mantendo a originalidade da mesma, o
que emocionou a todos que se faziam presentes naquela reinauguração.
Lamentavelmente, na segunda
gestão do prefeito Joseph Bandeira o logradouro sofreu total desconfiguração,
como pode ser observado na fotografia recente, com instalação de grades,
fixação de pedras nas bordas e plantio de vegetação inadequada, sob a alegação
de que essa atitude era para evitar a depredação da Fonte Luminosa, o que
discordei plenamente e cheguei a doar as mudas de caraibeiras que lá estão hoje
ao redor da Praça, em substituição às algarobas. Percebam que o gradil quebra a
visibilidade da obra e está servindo, na prática, como estacionamento de
bicicletas.
Saliento que para a perpetuação
de uma obra deste tipo, e considerando os nossos valores
sócio-educativos-culturais, são necessários instrumentos e ações neste sentido,
como, por exemplo, a vigilância a qual deverá ser exercida pelo poder público e
pela sociedade. Tive, neste ano, em um evento do Rotary Club, a oportunidade de
solicitar ao prefeito Isaac Carvalho, a recuperação da Praça, dando-lhe a
configuração original, o qual pediu ao
então secretário de serviços públicos, o Sr. Paulo Bonfim, que ouvisse o meu pleito.
Infelizmente, confesso que não percebi nenhum interesse dos administradores
municipais em tal intento.
Ao ler no Blog de Geraldo José,
matéria intitulada de “SESP RECUPERA PRAÇAS PÚBLICAS EM JUAZEIRO” – 16/08/12 –
onde a coordenação do setor de praças da SESP – Secretaria de Serviços Públicos,
disse : “As praças do centro são cartões-postais do município e precisam ser
bem tratadas. Portanto, a recuperação e manutenção são imprescindíveis ...” e
afirma, ainda : “As praças já reformadas são : Aprígio Duarte (Praça do
Jacaré), localizada no centro da cidade, com a recuperação da iluminação e da
área verde (paisagismo)...”, reacendeu a minha esperança e, também, a
indignação pela informação inverídica do coordenador de que a Praça “...já foi
reformada...”.
Ah! Desculpem-me, é que não havia
entendido, ele disse “REFORMADA”, e não RECUPERADA
– que é o que precisa. Mas, como bem diz a radialista e diretora da Rádio
Juazeiro, Margarida Benevides – “Ainda é
Tempo...”
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