Milagres – dons ou fruto dos medicamentos?

Não é a fé que se sobrepõe à ciência ou vice-versa. É Deus que se sobrepõe a tudo

Atualizada em 26/06/2018 às 15:24

Pe. Air José Mendonça,msc

Cadeirante voltando a ficar de pé (Foto: Istock)

Qual seria a sua reação se você fosse médico e olhasse um exame em que, dadas as condições da doença, o paciente certamente deveria estar morto, mas, não, ele está vivíssimo? Um susto? Um erro médico ou laboratorial? Dados entregues de maneira errada? Nada disso. De fato, havia um outro dado relevante, que até o momento estava esquecido ou não tinha entrado em discussão: a fé.

 

Li outro dia, um artigo de uma médica canadense, na situação que apresentei acima. O que ainda contribui para o seu assombro é o fato de a médica declarar-se ateia. Não acreditava, mas viu que havia fatos improváveis naquele exame que a ciência não tinha como explicar. Ela ainda assegura que “milagres acontecem com mais frequência do que imaginamos”.

A reflexão não tem como objetivo identificar uma soberania da fé sobre a ciência, mas trazer a reflexão de que o convívio entre essas duas realidades pode acontecer da maneira mais natural possível, a partir do momento em que ambas se reconhecerem e se respeitarem em seus respectivos pontos.

 

É sempre necessário o zelo para que a ciência não imprima na sociedade a aniquilação dos valores morais e éticos a partir de novas tecnologias, e que a fé não alimente nas pessoas a ideia de que tudo o que foge ao conhecimento da fé não é de Deus. O equilíbrio e a sensatez devem ser pilares que sustentam o diálogo entre ciência e fé.

 

A médica, a qual me referi no início do artigo, ainda não professa qualquer religião, mas acredita em sua manifestação em muitos casos estudados por ela. Os milagres sempre apontam para uma intervenção divina que a ciência não explica, mas que admite ser possível. Após um dos seus pareceres ter sido incluído num documento decisivo para a proclamação de um santo na Igreja, ela decidiu que gostaria de entender mais e estudou mais de 1.400 milagres. Ela afirmou que eles, de fato, acontecem.

 

É bom lembrar que não é a fé que se sobrepõe à ciência ou vice-versa. É Deus que se sobrepõe às duas. Para a nossa realidade como cristãos católicos, a conclusão a que chegou a médica canadense já nos é conhecida, porque acreditamos, sem precisar de uma comprovação científica, na existência de milagres. Deus opera. O homem é apenas um instrumento em suas mãos.

Fonte   : ://www.rs21.com.br/noticias/milagres-dons-ou-fruto-dos-medicamentos/

Colaboração: Eunice Costa