Longe da Vista
Guilherme de Almeida
(São Paulo – 1890-1969)
Vou partir, vais ficar. “Longe da vista,
Guilherme de Almeida
(São Paulo – 1890-1969)
Vou partir, vais ficar. “Longe da vista,
Longe do coração” – diz o ditado.
Basta, porém, que o nosso amor exista,
Para que eu parta e fiques sem cuidado.
Dentro em mim mesmo, o coração egoísta,
Quanto mais longe, mais te quer ao lado;
Tanto mais te ama, quanto mais te avista
E, antes de ver-te, já te havia amado.
Vou partir. Para longe? Para perto?
- Não sei: longe de ti tudo é deserto
E todas as distâncias são iguais.
Como eu quisera que, na despedida,
Quando se unissem nossas mãos, querida,
Nunca pudessem desunir-se mais!
Basta, porém, que o nosso amor exista,
Para que eu parta e fiques sem cuidado.
Dentro em mim mesmo, o coração egoísta,
Quanto mais longe, mais te quer ao lado;
Tanto mais te ama, quanto mais te avista
E, antes de ver-te, já te havia amado.
Vou partir. Para longe? Para perto?
- Não sei: longe de ti tudo é deserto
E todas as distâncias são iguais.
Como eu quisera que, na despedida,
Quando se unissem nossas mãos, querida,
Nunca pudessem desunir-se mais!
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