Fiocruz investiga se muriçoca pode transmitir vírus zika
A muriçoca pode transmitir o zika vírus? É isso que a Fiocruz Pernambuco pretende descobrir nas próximas semanas, quando será divulgado o resultado de um estudo iniciado no ano passado. Além da relação entre o zika e o Culex (nome científico da muriçoca), o centro de pesquisas investiga ainda quanto tempo o vírus leva para ser replicado no organismo do Aedes aegypti, principal vetor conhecido até agora. Os achados podem explicar a velocidade da epidemia de infecções e revelar um novo cenário epidemiológico da doença no Brasil.
O impulso para a realização da pesquisa no Recife veio da observação dos primeiros registros de epidemia do vírus, na Micronésia e na Polinésia Francesa. “Nestes lugares não são encontrados Aedes aegypti, desconfiaram que seria outra espécie do Aedes, mas não acharam nenhum mosquito infectado em campo. Nestes locais, no entanto, o Culex é abundante, mas essa hipótese de ele ser um vetor do vírus não foi estudada ainda”, explica a vice-presidente e pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Constância Ayres.
Para confrontar a hipótese, 200 muriçocas foram infectadas pelo vírus em laboratório duas vezes – uma no começo e outra no fim de dezembro de 2015. O próximo passo é colher materiais do intestino e da glândula salivar das muriçocas. “Estamos aguardando alguns reagentes que serão importados e dependemos disso para continuar. O prazo é de 15 dias e se correr dessa forma acredito que em três semanas teremos o resultado”, explica Ayres.
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Outras pesquisas
Além dos trabalhos iniciados no ano passado, a Fiocruz Pernambuco quer descobrir se a fêmea infectada é capaz de transmitir o vírus para seus ovos, assim como acontece com a dengue, e em que proporção isso acontece.
Além dos trabalhos iniciados no ano passado, a Fiocruz Pernambuco quer descobrir se a fêmea infectada é capaz de transmitir o vírus para seus ovos, assim como acontece com a dengue, e em que proporção isso acontece.
Além disso, o centro de pesquisa começou a monitorar os nascimentos em alguns hospitais públicos do Recife. Cinco nascimentos já foram monitorados nas maternidades Bandeira Filho e Professor Barros Lima e nos hospitais das Clínicas, Barão de Lucena e Agamenon Magalhães. A ideia é que 200 crianças passem pela avaliação que pretende identificar o perfil dos recém-nascidos que têm microcefalia e compará-los com 400 bebês que não tem a doença.
Blog de Vinicius de Santana
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