A música do hino nacional do Brasil foi composta em 1822, por Francisco Manuel da Silva, chamada inicialmente de Marcha Triunfal para comemorar a independência do país. Essa música tornou-se bastante popular durante os anos seguintes, e recebeu duas letras. A primeira letra, de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, foi cantada pela primeira vez no cais do Largo do Paço (ex-Cais Pharoux, atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro), a 13 de abril de 1831, em desacato ao ex-imperador, que embarcava para Portugal após abdicação ao trono brasileiro.
Após a Proclamação da República, em 1889, um concurso foi realizado para escolher um novo hino nacional. A música vencedora, entretanto, não foi aceita pelo público. Esta composição (Liberdade, liberdade! Abre as asas sobre nós!...) seria oficializada como Hino da Proclamação da República do Brasil, e a música original, de Francisco Manuel da Silva, continuou como hino oficial. Somente em 1906 foi realizado novo concurso para a escolha da melhor letra que se adaptasse ao hino. O poema vencedor foi o de Joaquim Osório Duque Estrada, em 1909, adquirida por decreto como propriedade plena pelo presidente Epitácio Pessoa em 22 de agosto de 1922, e só oficializado pela lei 5.700 em 01 de setembro de 1971.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo És mãe gentil, Pátria amada, Brasil! |
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores, "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores". (*) Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo És mãe gentil, Pátria amada, Brasil! |
Colaboração: Luiza Drubi
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