Empresários, profissionais liberais e 
comunicadores estiveram reunidos no último sábado (28) na Orla de 
Juazeiro articulando um manifesto esta semana num dos postos que vende 
os combustíveis mais caros da região. A mobilização que começou num 
grupo do whatsapp intitulado “Menor Preço” pretende motivar a população a
 procurar e abastecer em postos onde o preço esteja mais em conta. O grupo alega não entender como é que Juazeiro é 
distribuidor e pratica os preços mais caros que em outras cidades com 
200 ou mais quilômetros de distância.
Antônio Gama, um dos líderes do 
movimento, disse que a maneira pacífica de protestar vai ser exatamente 
copiar o modelo do sul do país, onde os consumidores comparecem a bomba 
de gasolina abastecem R$ 0,50 (cinquenta centavos) e pedem a nota. “A 
ideia é a gente conscientizar a população que o aumento aqui na região 
está muito abusivo. Por exemplo, agora no mês de novembro nós tivemos 
três aumentos nos combustíveis quando só um foi autorizado. Nós fizemos 
uma pesquisa na ANP e não conseguimos encontrar esses dois outros 
aumentos o que pressupõe que existe um grupo organizado em Juazeiro e 
Petrolina que está aumentando por conta própria” desabafou Gaminha.
O empresário Cristiano também 
manifestou a sua insatisfação e explicou que esses preços têm afetado 
diretamente o valor dos fretes e consequentemente influenciado na 
receita da sua empresa. Pra se ter uma ideia um caminhão meu que leva 
fruta para região de Fortaleza e retorna com cimento gasta 25% mais de 
diesel em custo financeiro. É um absurdo. Está chegando no ponto de que a
 gente não tem mais como sobreviver. Vamos ter que parar. Vamos ter que 
mandar funcionário embora, chegamos ao limite. Eu estive esta semana em 
Santarém, no Pará, e o litro de gasolina é R$ 3,85 (três reais e oitenta
 e cinco centavos). Santarém está no meio da Floresta Amazônica, cerca 
de mil quilômetros de Manaus e a mil quilômetros de Belém do Pará. Ou 
seja, é um absurdo a gasolina no meio da Floresta Amazônica é R$ 0,30 
(trinta centavos) mais barata que em Juazeiro e Petrolina” declarou 
Cristiano.
O empresário se disse muito frustrado 
com o Ministério Público. “Eu gostaria de acreditar, mas não tenho fé. 
Eu acho que o princípio do Ministério Público é ser vigilante, zelar 
pelo bem da família, do cidadão. Ele não tem que ser provocado, ele tem 
que estar sempre alerta afinal de contas os promotores também abastecem 
os seus veículos” expressou Cristiano.
O empresário do sul do país, que 
comercializa produtos cosméticos e está radicado na região há pouco 
tempo, Cláudio Emídio, também manifestou descontentamento com os preços 
dos combustíveis na região. “Em Petrolina a situação é semelhante e em 
alguns postos chega a ser pior que em Juazeiro. Eu trabalho de Petrolina
 até a região de Livramento de Nossa Senhora, distante cerca de 700 
quilômetros e este percurso a gente está sempre fazendo e tenho 
observado as distorções. Observo que em alguns postos o diesel lá custa 
R$ 2,75 e aqui em Petrolina chega a R$ 3,16 e até R$ 3,20. Então é uma 
diferença muito grande para quem faz a riqueza desse país andar” 
protestou Cláudio Emídio.
Uma página no facebook também deve servir de mobilização para os consumidores das duas cidades.